segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Dia 11

Foi bom ao longo de 7 dias não ter quaisquer sinais de sintomas.
Acabar a primeira caixa de medicação e suspirar de alívio. 
"O mais difícil já passou"
Receei tanto pelo dia em que iria abrir a caixa de 75mg e ...
Pensar que as coisas seriam ainda piores, que os sintomas seriam ainda piores ... era pensamentos que me atormentavam durante estes 7 dias em segredo.
Contudo, foi bom poder comprovar quem o primeiro dia desta nova caixa foi superado com sucesso.
A situação mantém-se igual e eu .... não poderia estar mais feliz.

domingo, 21 de dezembro de 2014

Dia 3

Domingo.
Dia de missa, dia de agradecimento, louvor e glória.
Foi celebrado o dia em que agradecemos a Maria pelo seu "Sim".
"Maria, como símbolo das nossas mães. Agradecemos-te Senhora, a mãe que nos destes. Toda a sua dedicação, os seus conselhos, as suas orientações e as suas correções. Pedimos perdão, Senhor, se nem sempre correspondemos a este amor e carinho. Ajudai Senhora a nossa mãe e recompensai-a por todo o seu esforço, todo o seu sacrifício e que passe a exercer com dignidade a sua missão de mãe e esposa."
Hoje, para sossego do coração da minha mãe eu não senti os sintomas da medicação.
Não sei se o meu organismo já se habituou àquelas pequenas 37,5mg, ou se foi mero despiste.
Sei que hoje descansámos: o meu corpo e a minha alma. E sei que hoje dei mais um passo em direção ao meu "Sim."; ao "sim" que aceita este problema, ao "sim" que aceita esta cruz, ao "sim" que acredita, ao "sim" que espera, ao "sim" que trabalha para, ao "sim" que não questiona como nem porquê, ao "sim" que ... sim.


sábado, 20 de dezembro de 2014

Dia 2

Despertei por volta das 8h.
Não tentei forçar o sono que não chega.
A medicação contínua a ter o mesmo efeito. Não pior, mas não tão mau pelo menos.
Ao que parece as manhãs são mesmo o pior do dia. Mas ao menos o frio ajuda.
Ajuda a libertar o calor, e a manter a mente sã. Acalma-me e dá-me realmente um motivo para tremer.
A passos de bebé as coisas vão-se compondo e eu não posso pedir mais do que isto.
Um dia de cada vez, não é assim?
Acredito que logo estarei melhor.
Ontem foi um longo dia, mas acima de tudo uma noite que me encheu o coração.
Expor-me em frente ao grupo e saber que há pessoas que passaram pelo que eu passei e ainda assim estão cá, é um conforto enorme.
As palavras ganham força, mesmo quando vindas daquela pessoa que tu nem sequer conhecias.
E eu paro e penso "1 ano, 2 anos ... 4 anos" é imenso tempo.
Assustador.
Mas não importa. 
A mim "não me compete saber os tempos".
A mim compete-me parar de olhar e por "mãos à obra".
As manhãs são mesmo o pior.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Dia 1

Primeiro dia com a nova medicação.
Nem sei descrever todos os sintomas que passam pelo meu corpo. Um simples comprimido de 37,5mg e eu já estou a dar em maluca.
Associo a minha sintomatologia à dos drogados em fase de ressaca que se vê nos filmes:

  • As mãos tremem-me
  • O corpo arde
  • O coração paplpita
  • Uma sensação de calor invade-me as veias
  • Dói-me a cabeça
  • Quero vomitar
O choro vem casualmente. Mas acima de tudo a vontade enorme de me arrancar do meu próprio corpo.
Desisti de lutar contra os sentimentos de frustração, e passei a deixar-me levar pela onda de ansiedade que me assombra a alma.
Liguei à minha mãe. Não consegui ser forte o suficiente para afastar dela esta preocupação que me consome a mim, e nos consome a nós.
Custa-me saber que a deixei com o coação nas mãos, mas assim como eu gosto que me digam as coisas como elas são, assim eu faço com os outros. Especialmente com os que se preocupam comigo.
Acredito que vai passar em breve e que tudo não vai passar de um susto matinal. Acredito que com o passar do dia me vou sentir melhor. Porque é só isso que me faz andar: Acreditar.
Se eu não acreditar, o meu espírito morre e a minha vontade vai-se com o vento.
Quero agarrar a minha vida, quero voltar a ser eu novamente.
Eu vou ser eu novamente.